Vereador denuncia compra de voto de R$ 100 mil durante sessão da Câmara em Mercês (MG)

06/12/2025 (12hs01m) - Uma denúncia de suposta compra de voto feita ao vivo no plenário da Câmara Municipal de Mercês, na Zona da Mata mineira, resultou na abertura de investigações pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

O caso ocorreu durante a sessão que definiu a nova Mesa Diretora da Casa para o ano de 2026, realizada na última terça-feira (2). Na ocasião, o vereador Marcelio Estevam Teixeira, conhecido como Marcelo Moto Som (Mobiliza), afirmou publicamente ter recebido R$ 100 mil para votar em um candidato indicado por um empresário da cidade.

De acordo com o parlamentar, o valor teria sido entregue por Calixto Domingos Neto, empresário e dono de um posto de combustíveis no município, com o objetivo de direcionar seu voto ao vereador José Ivanio de Oliveira (PSD). A gravação oficial da Câmara, divulgada nas redes sociais, mostra o momento em que Marcelo retira de uma bolsa uma grande quantia em dinheiro, que, segundo ele, seria parte do pagamento recebido para a suposta compra de voto.

Após a declaração, a Polícia Militar foi acionada e realizou a apreensão do dinheiro. Um inquérito foi instaurado pelo delegado Arthur Simões, da Polícia Civil de Mercês, para apurar os fatos. O Ministério Público de Minas Gerais também determinou a expedição de ofício requisitando a investigação do possível crime de corrupção.

A advogada do vereador, Leury Oliveira, informou que o episódio foi registrado junto à Polícia Militar para que todas as circunstâncias sejam devidamente apuradas pelas autoridades competentes.

A eleição da Mesa Diretora tem peso político relevante no município, já que o novo presidente da Câmara deverá assumir interinamente a Prefeitura de Mercês, diante da impossibilidade de posse do prefeito eleito Donizete Calixto (Mobiliza).

Segundo o Registro de Evento de Defesa Social (REDS) da Polícia Militar, a corporação foi acionada pela atual presidente da Câmara, Rosimeire das Mercês Costa (Avante). Ainda conforme o relato, Marcelo Moto Som declarou que teria recebido o dinheiro horas antes da votação, sendo R$ 50 mil em espécie e R$ 50 mil em cheque, com a finalidade de influenciar seu voto na escolha do novo comando do Legislativo municipal.

As investigações seguem em andamento para esclarecer os fatos e identificar eventuais responsabilidades criminais.