Inflação: Tomate e óleo de soja disparam com aumentos entre 11% e 20%
28/04/2022 (09hs45m) - No rali das frutas, legumes e hortaliças, o campeão de preços altos da vez é o tomate na maioria das cidades goianas e país. O preço do fruto sobe há 20 semanas seguidas e levou feirantes, supermercados e restaurantes a improvisarem para não perderem a cliente.
Só em abril, o tomate já ficou 22,25% mais caro na maioria dos estados, isso depois de ter subido 6,55% em março, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Numa loja de Brasília, os preços do tomate do tipo grape são expostos não mais por quilo, mas por 100 gramas. São R$ 2,99 — ou quase R$ 30 o quilo.
Em Goiânia bancas já oferecem a opção de venda por sacolas com os tomates já embalados e preços já definidos — tudo para não assustar o consumidor. O saquinho de três tomates italianos era vendido a R$ 3 — ou um real por tomate.
A disparada da inflação já tem outro vilão global também: o óleo de cozinha e o brasileiro sente isso de norte a sul.
A Indonésia, maior exportador do mundo de óleos vegetais, vai suspender parte de suas vendas a partir de quinta-feira (28) em meio a protestos de rua contra a alta dos preços de alimentos e à falta do produto em supermercados no país.
A prévia da inflação no Brasil foi de 1,75% em abril, a maior alta em 1995, pressionada por combustíveis. O país exporta todos os anos 30,5 milhões de toneladas de óleo vegetal, ou mais de um terço das vendas globais. Seu principal produto é o azeite de dendê — ou óleo de palma —, geralmente usado como tempero no Brasil
O abastecimento mundial de óleos vegetais já estava comprometido pela guerra da Ucrânia. Antes da invasão do país pela Rússia, 5,4 milhões de toneladas de óleo de girassol ucraniano eram exportados anualmente. No Brasil, o preço do óleo de soja já subiu 11,21% este ano, segundo dados do IBGE.
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