Serviço particular de ronda noturna gera coações em Pirenópolis e caso é investigado
02/08/2022 (06hs54m) - A Polícia Militar pede para que os moradores de Pirenópolis denunciem coações para contratação de segurança. O problema foi mostrado em reportagem publicada pelo jornal O Popular.
Inicialmente a PM não havia se manifestado sobre a questão. Na segunda 01/08, disse que ainda não recebeu denúncia formal sobre as coações. No entanto, não descarta que o problema esteja acontecendo.
O suposto reforço na segurança da cidade de 25 mil habitantes tem sido feito por meio de rondas de motos. As propostas têm chegado aos moradores como imposição, sem detalhamento de como funciona o serviço e com insistência em caso de negativas.
Os moradores e comerciantes ouvidos relataram que receberam orientação de um sargento da Polícia Militar da cidade de que o serviço seria “interessante”. O policial faria as indicações antes mesmo dos ditos vigilantes dialogarem com moradores e comerciantes.
Sobre a conduta do sargento, a PM diz que levantou informações junto ao comando local da corporação e que o policial militar citado por comerciantes não tem “nenhuma ligação com a empresa que presta serviço particular de vigilância no município”. No entanto, não informou se o sargento orienta ou não os moradores e comerciantes a contratarem o serviço.
“A PM orienta a população para que, em caso de coação ou ameaça, acione a Polícia Militar imediatamente por meio do telefone 190 para que sejam apuradas eventuais condutas de roubo, extorsão e constrangimento ilegal”, diz a posição encaminhada por meio de nota.
A Prefeitura de Pirenópolis, que na sexta-feira se limitou a dizer que “a competência de fiscalização é da Secretaria de Segurança Pública”, nesta segunda informou que irá encaminhar uma conversa com a Polícia Militar e a Segurança Pública nos próximos dias, sem estimar quando deve ser o diálogo.
Relembre
Entre os relatos ouvidos pela reportagem está o de uma moradora que foi abordada mais de uma vez por um motociclista durante a noite. “Disse que era o vigia e que havia sido contratado pelos demais moradores e que eu deveria aderir”, relata. A moradora, assim como diversos outros, não se interessou pelo serviço, que gira entre R$ 40 e R$ 60.
Além da abordagem insistente e com tom de imposição, os moradores denunciam a falta de informações. A moradora diz que, quando questionou o telefone da empresa, acabou recebendo um papel com números inválidos, sendo um deles manuscritos.
“Achei estranho, perguntei e ele disse que aquele era um número apenas para prestação de contas, que não tinha como deixar um número de telefone”, detalha um dos relatos.
Para a maioria dos entrevistados, a presença das motos tem trazido mais medo que segurança. Um morador denunciou que no dia 24 de julho a família escutou barulho de tiro durante a madrugada. “A nossa conclusão é de que estão dando tiro para cima. Seria para causar medo nos moradores?”, questiona.
A única moradora ouvida que aceitou pagar pelo serviço por achar uma boa proposta revelou que já teve problemas com cobranças fora de hora. “Ia de madrugada, batia na minha casa à noite. Eu disse para a empresa que não queria mais e eles disseram que ele estava indo receber escondido e que já o tinham mandado embora”, conta a moradora, que agora diz estar “tudo tranquilo”. (Imagem Ilustrativa)
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