“Meu salário de R$ 46 mil não é muito”, diz Lula e declaração gera polêmica nas redes

06/08/2025 (15hs35m) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (5) que considera seu salário bruto de R$ 46 mil mensais “não muito” diante dos descontos que enfrenta. A declaração foi feita durante a abertura da 5ª reunião plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o “Conselhão”, em Brasília, e rapidamente gerou repercussão nas redes sociais.

“Eu ganho R$ 46 mil, mas só me sobra R$ 21 mil. É descontado imposto, é contribuição partidária… E ainda assim, eu não posso pedir aumento. Eu me olho no espelho e digo: ‘Lula, você não vai ter aumento’”, disse o presidente, em tom bem-humorado, ao criticar a alta carga tributária no Brasil.

Segundo o próprio Lula, dos R$ 46 mil brutos que recebe como chefe do Executivo, cerca de R$ 27 mil são destinados ao Imposto de Renda, e outros R$ 4 mil à contribuição partidária ao Partido dos Trabalhadores. O valor líquido disponível ao final do mês, segundo ele, seria de aproximadamente R$ 21 mil.

Debate nas redes sociais

A fala do presidente viralizou nas redes sociais, gerando uma onda de críticas e defesas. Para muitos usuários, a declaração foi considerada insensível diante da realidade da maioria dos brasileiros, cujo salário médio gira em torno de R$ 2,9 mil, segundo dados do IBGE.

“Se R$ 46 mil não é muito, imagine os R$ 1.412 do salário mínimo”, comentou um usuário no X (antigo Twitter).

Outros internautas, no entanto, interpretaram a fala como uma crítica válida à estrutura de tributação do país, especialmente sobre a classe média e trabalhadora.

“Lula está mostrando como até quem ganha mais sofre com os impostos mal distribuídos. Imagina quem ganha menos?”, escreveu uma apoiadora.

Contexto da fala

O comentário surgiu durante uma discussão sobre a reforma tributária e justiça fiscal, pauta que Lula tem defendido nos últimos meses. O governo propõe isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais e critica o sistema atual, que, segundo ele, penaliza desproporcionalmente os mais pobres.

“Quem ganha menos, proporcionalmente, paga mais imposto do que quem ganha muito. Isso precisa mudar”, reforçou o presidente.