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Inadimplência das famílias brasileiras atinge maior nível em 15 anos, aponta CNC

  • Foto do escritor: Folha de Jaraguá
    Folha de Jaraguá
  • 15 de set.
  • 2 min de leitura

11/09/2025 (07hs44m) - A inadimplência entre as famílias brasileiras alcançou 30,4% em agosto de 2025, segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgados nesta terça-feira (9) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O índice é o mais alto da série histórica, iniciada em 2010.


O levantamento também mostrou que o percentual de famílias que declararam não ter condições de quitar dívidas em atraso subiu para 12,8%, o maior desde dezembro de 2024.


Endividamento em trajetória ascendente


O presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, avalia que os números refletem uma pressão crescente sobre o orçamento das famílias:


“Isso se dá especialmente em um cenário de crédito mais caro e prazos mais curtos. É um sinal de alerta importante para a economia doméstica”, destacou.


Segundo a pesquisa, o endividamento seguiu em alta pelo sétimo mês consecutivo, atingindo 78,8% dos lares, o maior índice desde novembro de 2022. Apesar do crescimento, houve melhora na percepção dos consumidores: o percentual dos que se consideram “muito endividados” recuou para 15,4%, enquanto cresceu o grupo que se classifica como “mais ou menos endividado” (29,9%).


Para o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, os números reforçam a necessidade de ampliar o acesso à educação financeira e estimular o uso responsável do crédito:


“O avanço contínuo da inadimplência reforça a importância de iniciativas de educação financeira e do uso consciente do crédito.”


A CNC projeta que, até o fim do ano, o endividamento pode subir 3,1 pontos percentuais e a inadimplência 1,6 ponto percentual.


Renda menos comprometida com dívidas


Um dado positivo foi a redução no comprometimento médio da renda com dívidas, que caiu de 29,6% em agosto de 2024 para 29,3% neste ano, o menor patamar desde maio de 2019. Também diminuiu a parcela de famílias que comprometem mais da metade da renda com dívidas, passando de 18,9% para 18,6%.


Outro destaque é a mudança no perfil do endividamento. O percentual de famílias com dívidas superiores a um ano caiu pelo oitavo mês seguido, para 31%, enquanto cresceram os compromissos de curto prazo, especialmente entre três e seis meses — o que aumenta a pressão imediata sobre o orçamento.


Tipos de dívida e perfil dos devedores


O cartão de crédito segue como principal modalidade de endividamento, presente em 84,5% das famílias endividadas. Em segundo lugar aparecem os carnês de pagamento, que ampliaram participação com alta de 0,9 p.p. em relação a 2024.


A inadimplência avançou principalmente entre as famílias com renda acima de três salários mínimos, em especial no grupo que recebe mais de dez salários, onde 1,4 p.p. a mais declararam não ter condições de quitar dívidas atrasadas. Já o endividamento cresceu mais intensamente entre os lares com renda entre três e cinco salários mínimos, com alta de 2,6 p.p. em 12 meses.


No recorte por gênero, as mulheres foram as mais afetadas: a inadimplência entre elas subiu 1,9 p.p. em comparação a agosto de 2024. Entre os homens, houve leve redução no indicador, mas o nível de endividamento permanece elevado.

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