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Goiás é considerado o Estado brasileiro mais perigoso para os ciclistas

11/06/2022 (13hs11m) - Com aumento de 101% no número de internações de ciclistas envolvidos em acidentes de trânsito, Goiás foi considerado pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) o estado mais perigoso para quem quer andar de bicicleta. O presidente da Federação Goiana de Ciclismo (FGC), William Lara, afirma que o problema ainda está muito associado à falta de educação no trânsito.

O levantamento elaborado pela Abramet, usou dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, e mostrou que o Brasil registrou quase quatro óbitos de ciclistas por dia, entre 2018 e 2020. Em Goiás, o número de ciclistas, que ficaram gravemente feridos devido a acidentes de trânsito, dobrou em 2021, na comparação com 2020.

“Na cidade, falta muito a educação dos motoristas, que não respeitam o espaço dos ciclistas. Mas, além disso, no dia a dia para quem usa a bicicleta para ir trabalhar falta ciclovia, ciclofaixas e ciclorrotas. Não tem mais pessoas adeptas à prática, justamente, por causa do perigo, pois não há áreas reservadas aos ciclistas, que precisam trafegar no meio dos carros, motos e ônibus”, destaca William.


Segundo o presidente da FGC, onde há ciclovias há mais pessoas indo para o trabalho de bicicleta, o que resultaria no desafogamento do trânsito. O Governo de Goiás, por meio da Agência Goiana de Transportes e Obras (Goinfra), implantou 76,8 km de ciclovias nas GOs 020, que dá acesso ao município de Bela Vista, 060 na saída para Trindade e a 403, entre Goiânia e Senador Canedo.

Além disso, na capital há 88,64 km de malha cicloviária. Entretanto, para o ciclista Marcus Simal, esse quantitativo não foi suficiente para evitar que ele fosse vítima de dois acidentes de trânsito. ”Hoje em dia, mesmo se a gente usar os [equipamentos de proteção individual] EPI’s, iluminação, andando na faixa certa e respeitando a legislação, somos menores e o pessoal não respeita”, reclama.

Para o presidente da FGC ainda é necessário aumentar o número de ciclofaixas. Já para o Marcus Simal o melhor caminho é a conscientização. “O melhor caminho é a conscientização e a elaboração de campanhas para educação no trânsito mesmo, ensinar ao ciclista e ao motorista não é a lei do maior que deveria prevalecer”, finaliza.


A reportagem entrou em contato com a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes, que informou não responder sobre o assunto devido o estudo especificar acidentes em rodovias federais que cortam o estado. Também contatou a Polícia Rodoviária Federal (PRF) para saber o quantitativo de acidentes com ciclistas em Goiás, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria.



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