China prende ao menos 30 pastores em maior repressão contra o cristianismo desde 2018

15/10/2025 (08hs32m) - O regime comunista da China prendeu pelo menos 30 pastores e líderes da Igreja Zion, uma das maiores congregações cristãs evangélicas não registradas do país, em uma operação nacional iniciada na quinta-feira (9). As detenções ocorreram em várias províncias — Pequim, Guangxi, Zhejiang e Shandong — e representam a mais ampla ofensiva contra igrejas independentes desde 2018, segundo informações de agências internacionais como Reuters, Wall Street Journal e Associated Press.

Entre os detidos está o pastor Ezra Jin Mingri, fundador da Zion Church, preso em sua residência na cidade de Beihai, no sul do país. De acordo com uma notificação oficial obtida pela Reuters, o líder religioso é acusado de “uso ilegal de redes de informação”, crime que, sob as leis chinesas, pode resultar em até sete anos de prisão.

A Zion Church é considerada um dos principais símbolos do movimento cristão independente na China, que reúne milhões de fiéis fora do controle do Estado. Desde 2018, o governo chinês tem intensificado o fechamento de templos não registrados e o monitoramento de atividades religiosas, exigindo que todas as igrejas estejam filiadas à Associação Cristã Patriótica da China, controlada pelo Partido Comunista.

Analistas e entidades de direitos humanos classificam a nova onda de prisões como parte de uma campanha coordenada para enfraquecer o cristianismo independente e consolidar o controle ideológico sobre organizações religiosas. A repressão coincide com a adoção de novas regras de vigilância digital e censura online, que incluem o bloqueio de sermões e transmissões religiosas pela internet.

Até o momento, o governo chinês não se pronunciou oficialmente sobre o caso. Organizações internacionais, como a Human Rights Watch e a ChinaAid, pediram a libertação imediata dos pastores detidos e o fim das restrições à liberdade religiosa no país.