Banco do Brasil bloqueia cartão de Moraes em cumprimento à Lei Magnitsky, diz jornal

22/08/2025 (09hs54m) - De acordo com apuração do jornal Valor Econômico, publicada nesta quinta-feira (21), o bloqueio do cartão de crédito utilizado pelo ministro Alexandre de Moraes ocorreu em razão da bandeira da operadora, de origem americana e sujeita à legislação dos Estados Unidos. A reportagem, no entanto, não informou qual bandeira específica foi responsável pela restrição.

Para evitar novos constrangimentos, o banco teria oferecido ao ministro um cartão da bandeira Elo — controlada pelo Banco do Brasil, Bradesco e Caixa Econômica Federal — que não possui operações nos Estados Unidos e, por isso, não está submetida às normas e sanções aplicadas pelo governo norte-americano.

O episódio ganha relevância no contexto da crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, intensificada após a aplicação da chamada Lei Magnitsky, que resultou em sanções contra Moraes e outros magistrados brasileiros. A legislação americana prevê restrições financeiras e de viagens a indivíduos acusados de violações de direitos humanos ou de práticas consideradas autoritárias.

No caso brasileiro, a decisão dos EUA foi interpretada como uma forma de pressão política diante da atuação de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em especial por sua condução de investigações envolvendo grupos bolsonaristas e ataques à democracia. O bloqueio do cartão, ainda que motivado por questões técnicas ligadas à operadora, é visto como reflexo direto do ambiente de tensão diplomática.

Com a substituição pela bandeira Elo, o ministro poderá manter suas transações financeiras sem a interferência de restrições internacionais. O caso, contudo, reforça a dimensão prática das sanções e alimenta o debate político sobre a soberania brasileira frente a medidas unilaterais de potências estrangeiras.