'Revogaço' das armas assinado por Lula paralisa blindagem de veículos
09/02/2023 (09hs55m) - Empresas especializadas em blindagem de veículos relatam que estão com as atividades paralisadas no Brasil devido ao Decreto 11.366/2023, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início de janeiro.
Lula revogou o Decreto 10.030, de 30 de setembro de 2019, que facilitou o acesso a armamentos. Com isso, o Governo Federal suspendeu os registros para aquisição e transferência de armas e munições de uso restrito, dentre outras medidas.
Conforme fontes consultadas por esta coluna, o "revogaço das armas" também suspendeu temporariamente a autorização de blindagem de veículos e a transferência de carros blindados - atribuições do Exército. Com isso, as blindadoras estão de mãos atadas. Pelo menos, por enquanto.
Ainda de acordo com nossa apuração, a blindagem de veículos está parada desde meados do mês passado em boa parte do Brasil.
Segundo Leonardo Arnaud, gerente de contas Norte-Nordeste da Carbon Blindados, em alguns estados a operação está andando. "Ceará, Pernambuco e outras regiões estão com dificuldades maiores para realizar a blindagem", afirma.
"É uma medida que vem como o novo governo, mas que pode atrapalhar o mercado durante esse período, até que tudo fique alinhado", acrescenta o executivo.
Já o consultor de Produtos Controlados do Exército da Target Blindados Carlos Fidelis acredita que até o fim de fevereiro a União deverá apresentar alguma novidade relacionada ao assunto.
"Na prática, desde o último dia 20, não está autorizando nenhum carro", afirma.
Para o presidente da Abrablin (Associação Brasileira da Blindagem), Marcelo Silva, o decreto foi mal redigido e as blindadoras e cidadãos estão sendo prejudicados.
"Ficamos no mesmo pacote das armas e pegamos a rebarba. A gente tem de trabalhar", protesta.
De acordo com Silva, a Abrablin já esteve em diálogo com o Ministério da Defesa, que teria reconhecido o "equívoco".
"Eles já entenderam que estão errados e que cometeram um erro. Essa correção demora, mas tem que ser resolvido o mais rapidamente possível", acrescenta o presidente da Abrablin.
Por meio de nota, a Abrablin acrescenta que "sempre trabalhou em prol de registros e controles" A entidade diz, também, que " a relação com os órgãos reguladores é de cordialidade para contribuir com as Forças Armadas no sentido de fazer um mercado sério e controlado, dentro de uma condição que seja factivel para as empresas, consumidores e orgãos reguladores".
Ainda de acordo com a Abrablin, no ano passado 25.900 veículos foram blindados. Em 2021 foram 20.024 unidades.
Em um ano, o aumento no número de blindagens foi de quase 30%. Assim como os preços subiram diante da demanda e dos insumos mais caros.
Entramos em contato com o Exército para obter informações sobre o assunto, mas até a publicação desta matéria não obtivemos respostas. Por telefone, um assessor informou que o Exército tem várias demandas e disse que tentaria resposta até o fim do dia. | Informações UOL
Nossa que relevante essa matéria, Jaraguá ultimamente está crescendo nesse segmento de blindagem?