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Lula deve decidir nesta semana sobre o retorno do horário de verão

17/09/2024 (08hs21m) - Diante da seca que afeta os reservatórios de hidrelétricas, a maior fonte de energia do Brasil, e do calor que impulsiona o consumo de eletrodomésticos como o ar-condicionado, o governo federal discute a possível volta do horário de verão. O presidente Lula (PT) deve tomar a decisão ainda nesta semana, conforme informou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG). O estudo técnico, preparado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), será determinante para essa escolha. No entanto, a decisão envolve também questões políticas e sociais, dada a influência direta que o horário de verão exerce sobre a rotina da população.


Especialistas ouvidos pelo g1 destacaram os pontos positivos e negativos da medida. O presidente do Instituto Acende Brasil, Cláudio Sales, argumenta que a economia de energia, principal justificativa para o horário de verão, atualmente seria reduzida, de apenas 0,5%. "Antigamente, o pico máximo de consumo ocorria no final do dia. Hoje, ocorre no meio do dia, e o horário de verão não interfere nisso", afirmou Sales.


A adoção do horário de verão tem sido amplamente discutida nos últimos anos, tanto no Brasil quanto em outros países. Para os defensores da medida, a principal vantagem está no alívio que ela oferece ao sistema elétrico durante momentos críticos, como o início da noite. "Mesmo que a influência do horário de verão seja pequena, ela ajuda a atenuar essa rampa, reduzindo um pouco a necessidade de esforço das usinas", explicou Cláudio Sales.


Impactos econômicos e sociais

Em contrapartida, setores como o de bares e restaurantes são fortemente favoráveis à volta do horário de verão. Segundo empresários do ramo, a medida estimula as pessoas a permanecerem mais tempo fora de casa após o trabalho, criando oportunidades para atividades de lazer, como happy hours e jantares. A iluminação natural prolongada também contribui para a sensação de segurança e para a movimentação das ruas e transporte público.


Desde sua extinção em 2019, o setor lamenta a perda do incentivo gerado pelo horário de verão. Além do impacto econômico, há também uma questão de dinâmica social. As pessoas aproveitam mais as cidades, o que influencia de forma positiva a segurança e o trânsito, destacam os defensores da medida.



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