Juiz manda soltar médica suspeita de exercício ilegal da profissão e propaganda enganosa, em Goiânia
- Folha de Jaraguá
- 28 de mai.
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26/05/2025 (08hs27m) O juiz Leonys Lopes Campos da Silva determinou a expedição do alvará de soltura da médica Bianca Borges Butterby, presa em flagrante na última terça-feira (20) suspeita dos crimes de exercício ilegal da profissão e propaganda enganosa em Goiânia.
A soltura ocorre após o pagamento da fiança no valor de dez salários mínimos. “Nesse diapasão, cumpre salientar que ao juízo plantonista compete, no caso vertente, tão somente a análise do efetivo recolhimento da fiança, nos moldes em que fixada pela instância superior, uma vez que a liberdade provisória já fora concedida pelo juízo natural da causa”, afirmou o magistrado.
Sobre o caso, conforme a denúncia, a mulher prometia emagrecimento rápido aos seus seguidores. Investigações conduzidas pela Polícia Civil apontaram que a médica prescreveu medicamentos redutores de apetite e armazenou fitoterápicos usados em tratamentos de emagrecimento em uma clínica no setor Bueno, que funcionava sem o alvará da Vigilância Sanitária. Além disso, uma academia clandestina também estaria no mesmo local. Durante depoimento, uma das vítimas afirmou que pagou R$ 2 mil por acreditar que seria atendida por uma nutróloga. Bianca também aplicava monjauro nos pacientes, prática não autorizada, segundo a corporação.
A defesa da profissional, que informou que, com a decisão, a Justiça começa a se restabelecer. “Bianca é médica regularmente formada pela UFG, inscrita no Cremego, com ampla qualificação técnica e científica. Possui pós-graduação lato sensu em Nutrologia pelo Hospital Israelita Albert Einstein, prática clínica pelo Giorelli Nutrologia, e certificações da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia) em áreas como obesidade, síndrome metabólica e bariátrica.”
Informou, ainda, que, devido à demora para soltura, a família decidiu pagar a fiança, apesar de considerar “descabido e desarrazoado exigir fiança de uma profissional da saúde comprovadamente habilitada e idônea”. “A defesa sustenta que este é um grave erro judiciário e informa que adotará todas as medidas cabíveis para que o Estado seja responsabilizado pela prisão arbitrária, bem como os meios de comunicação que, sem qualquer apuração responsável, divulgaram que a Dra. Bianca seria uma “falsa médica”, manchando sua honra e dignidade de forma leviana e sensacionalista.”
No dia da prisão, eles também afirmaram, por nota, que a médica está regularmente inscrita no Conselho Cremego e foi presa de forma arbitrária e injustificada. “A profissional atua legalmente em clínica devidamente regularizada, não havendo qualquer indício de prática ilícita ou irregularidade administrativa que justificasse a medida extrema adotada pelas autoridades.”
Conselho Regional de Medicina afirma que a médica está inscrita no órgão
Por meio de nota, também à época da prisão, o Conselho Regional de Medicina (Cremego) afirmou que a profissional e a clínica estão regularizadas e inscritas no conselho. “Até o momento, não temos qualquer comprovação de divulgação de especialidade médica não registrada no Conselho. Ainda que isso tivesse ocorrido, a apuração ética seria de competência exclusiva do Cremego e jamais justificaria a prisão da médica.”Ainda no documento divulgado, o Conselho afirmou que vai instaurar uma sindicância para apurar os fatos. “O Cremego vai instaurar uma sindicância para apurar se há indícios de infração ética na conduta da médica ou no funcionamento da clínica onde atua”.

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