Goiás registra 8 estupros por dia de janeiro a junho, foram 1.434 casos, alta de 16,7%
10/12/2022 (14hs01m) - Goiás registrou a média de oito estupros e estupros de vulnerável por dia no primeiro semestre de 2022. Ao todo, foram 1.434 casos, uma alta de 16,7% em relação a igual período de 2021, quando foram registrados 1.229 casos do tipo no estado, de acordo com informações do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Especialistas dizem que o número ainda é subnotificado e apontam que a alta é reflexo da dificuldade de denunciar o crime durante a pandemia da Covid-19.
Quando comparado o primeiro semestre de 2019 com o mesmo período de 2020, a quantidade de estupros e estupros de vulnerável em Goiás teve uma queda, saindo de 1.433 para 1.262, uma redução de 11,9%. O número se manteve praticamente igual no primeiro semestre de 2021, com uma leve queda. Ao longo de todo 2020, foram 2.598 registros do tipo, número pouco menor do que os 2.710 de 2021.
No ano passado, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, a maioria dos estupros no Brasil foram cometidos por pessoas conhecidas, sendo que 75,5% foram de estupros de vulnerável. A faixa etária mais atingida foi a de pessoas com idade de 10 a 13 anos (31,7%), seguida por aquelas com idade de 5 a 9 anos (19,1%) e da faixa etária de 14 a 17 anos (16%).
O crescimento de registros de estupro em Goiás no primeiro semestre de 2022 em comparação com o ano anterior acompanha a mesma tendência dos feminicídios. Reportagem do POPULAR desta sexta-feira (9), mostrou que aumento de 34,8%. Quando comparados os primeiros semestres de 2019 e 2022, foi de 121,4%.
Suspeitos cadastrados
A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) aprovou nesta semana a criação de um cadastro estadual de pessoas investigadas pela prática de crimes contra a dignidade sexual. A proposta foi encaminhada pelo governador Ronaldo Caiado (UB) na segunda-feira (5) e rapidamente passou pelas duas votações necessárias em plenário para sua aprovação definitiva. A lei segue agora para sanção do governador.
O projeto aprovado prevê um banco de dados informatizado e sigiloso, com informações e características de pessoas que figuram como suspeitas, investigadas ou indiciadas, inclusive adolescentes, por crimes relativos a dignidade sexual, como estupro. Este cadastro só poderia ser acessado por policiais civis que estivessem investigando casos de crimes sexuais.
Além disso, todas estas pessoas incluídas no cadastro serão monitoradas – física ou virtualmente e de forma “velada ou ostensiva” – e os cadastrados terão de fazer visitas mensais a uma delegacia. Não é detalhado se todos os suspeitos, investigados e indiciados serão incluídos no cadastro nem quando eles terão seus dados excluídos. Via O Popular
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