Casos de Covid em Pirenópolis aumentam mais de 1.200% após Festa do Divino e Cavalhadas
11/05/2022 (09hs25m) - Com a retomada das tradicionais festas religiosas, em 2022, Pirenópolis teve um aumento de 1.281% nos casos de Covid-19. O cálculo usou como base o número de casos ativos no dia 25 de maio, quando a Festa do Divino iniciou, e os dados atuais.
O boletim epidemiológico, divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Pirenópolis, na data, destacava 55 casos ativos do novo coronavírus no município. Já os números desta sexta-feira (10) apontam 705 positivados. O aumento tem sido gradual ao longo das últimas duas semanas.
O secretário de Saúde do município, Hisham Hamida, afirmou que a Festa do Divino pode ter, sim, contribuído para a explosão de infecções pela Covid-19 na cidade. Ele acredita que ainda é cedo para falar das Cavalhadas. Apesar do alto crescimento de casos ativos, não há problemas em prestar atendimento médico à população.
"Não estamos com dificuldade. O aumento já era esperado e a rede municipal está preparada, inclusive com o crescimento da demanda por testagem", afirmou. Segundo a SMS, o Hospital Estadual de Pirenópolis não teve aumento de internação motivado por Covid-19.
Na explicação do médico infectologista Alexandre Costa, a cepa ômicron é a que tem se espalhado ultimamente e, por ser mais transmissível, era esperado que festas como a do Divino e as Cavalhadas, que recebem milhares de pessoas, fizessem as contaminações subirem.
“Nossas vacinas são para a cepa original. Ela protege parcialmente, não totalmente, contra a ômicron, que é muito mais contagiosa”, informa
4ª ONDA
Segundo ele, mesmo com os bons índices de vacinação, aqueles que não tomaram nenhuma dose ou não completaram o ciclo vacinal se contaminam com mais facilidade e têm chances de ter formas mais graves da doença. Ele ainda confirma que há uma chance de uma “Quarta onda” de coronavírus.
“Podemos prever ou esperar, se já não estamos vivendo ela. Haverá um pico de infecção maior, mas o de morte será menor. Em valores absolutos, haverá gente lotando hospitais públicos e privados novamente”, disse.
Em 1º de janeiro, com o avanço da vacinação, Pirenópolis tinha apenas cinco casos ativos da doença. Em abril, o município chegou a zerar o número de contaminados, de acordo com dados epidemiológicos. Mas, para ele, o aumento expansivo já era esperado com as flexibilizações em relação à pandemia.
Costa acredita que a liberação do uso ou não de máscaras, pelos governos estaduais e municipais no Brasil, desmoralizou as orientações médicas. “Se você exige que uma pessoa entre com máscara no hospital, ela vai dizer que o governo não a obriga, e a lei do hospital não pode ser superior a do governo”, falou o especialista.
Para Costa, o retorno das grandes festas regionais e eventos foi “precoce”. “Não vou culpar o povo. Todos estão cansados. Até nós, infectologistas estamos exaustos. A cada 100 casos de pessoas com sintomas gripais que chegam para testar a Covid, 50 são positivados”, afirmou. VIA Opopular
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