Big Techs não são enviadas por Deus, diz Alexandre de Moraes ao critica o uso político das redes sociais
- Folha de Jaraguá

- 25 de fev.
- 2 min de leitura
24/02/2025 (13hs33m) - Menos de uma semana depois de ser alvo de processos, nos Estados Unidos, de uma rede social que critica decisões do STF, o ministro Alexandre de Moraes criticou, nesta segunda-feira (24), a forma como as big techs instrumentalizam as redes sociais para corroer a democracia em diferentes países.
A fala foi feita durante uma aula inaugural para alunos da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. O tema foi a crise da democracia e o alinhamento das big techs com grupos de extrema-direita.
Moraes criticou o que chamou de novo populismo digital extremista e relacionou o uso de algoritmos à tentativa de golpe de estado no Brasil, em 2022. Mas, não citou nenhum caso específico.
Em um trecho da fala, o ministro ressaltou que as big techs não são neutras nos debates políticos, e que elas tratam candidatos como mercadorias.
“As big techs, elas não são enviadas de Deus, como alguns querem. Elas não são neutras. São grupos econômicos que querem dominar a economia e a política mundial, ignorando fronteiras, ignorando a soberania nacional de cada um dos países, ignorando as legislações, é para terem poder e lucro”.
No caso brasileiro, ele afirmou que a desestabilização da democracia cumpriu um roteiro, que passou pela descredibilização do jornalismo profissional, a deslegitimação do processo eleitoral e o ataque permanente ao poder Judiciário.
Moraes ressaltou que essas empresas nunca se dizem contrárias à democracia, mas fazem críticas a pilares desse regime como forma de derrubá-lo.
“A democracia vem sofrendo ataques organizados, competentes e lamentavelmente eficazes a partir de um instrumento que na verdade não é bom nem ruim, é um instrumento que as pessoas podem usar para o bem ou para o mal, que são as redes sociais. Há uma instrumentalização das redes sociais por grupos econômicos e ideologicamente fascistas de extrema direita para corroer a democracia por dentro”.

















Comentários